A taxa básica de juros, a Selic, permaneceu em 15% ao ano, confirmando o que a grande maioria do mercado já esperava. Poucos acreditavam em um movimento diferente do Banco Central neste momento, mas a grande questão que fica na mente de todo investidor é: quando veremos efetivamente o corte da taxa Selic? Você provavelmente quer ver duas coisas acontecerem: a economia do Brasil andar — para que sua família tenha melhores empregos e renda — e, claro, ver seus investimentos renderem acima da média.
Hoje, eu quero ir além da notícia básica. Vou explicar quais são os caminhos possíveis para o início desse ciclo de baixa, mas principalmente, vou te mostrar como ganhar dinheiro de verdade até 2026, independentemente da decisão exata do próximo mês. Se você está preocupado se os juros caem em janeiro ou março, eu tenho uma notícia libertadora para você.
O Dilema do Calendário: Janeiro ou Março?
O Banco Central já reconheceu que a inflação está cedendo e as expectativas futuras estão convergindo para a meta. Isso abre espaço para o tão aguardado corte da taxa Selic. Existem duas possibilidades na mesa agora:
- O corte iniciar já na reunião de janeiro;
- O Banco Central aguardar um pouco mais e cortar apenas em março.
Vou ser muito sincero com você, de investidor para investidor: isso não interessa nem para o meu dinheiro, nem para o seu. Para quem investe com foco no médio e longo prazo, começar o ciclo em janeiro ou março é irrelevante. Nós estamos olhando para oportunidades que vão maturar e entregar grandes retornos nos próximos 2 ou 3 anos. Quem fica obcecado com essa diferença de dois meses geralmente são os gestores de fundos de investimento.
E sabe por que eles se importam? Porque se o fundo deles render 0,10% a mais que o benchmark no curto prazo, eles garantem um bônus maior e um salário mais gordo. Para você, pessoa física, o jogo é outro. Você não deve buscar a “oportunidade do mês”, porque isso não existe. O dinheiro de verdade está no posicionamento estratégico para o ciclo completo. Portanto, esvazie sua cabeça dessa preocupação de curto prazo e foque no que realmente move os preços.
Como o Banco Central Dirige a Economia
Para entender até onde o corte da taxa Selic pode ir, você precisa entender como o Banco Central define a meta. A meta de inflação é de 3%, com uma banda de tolerância que vai de 1,5% a 4,5%. O objetivo é manter a inflação dentro desse canal. Mas o Banco Central não espera a inflação estourar para agir.
“Imagine que o Banco Central está dirigindo um carro (a taxa de juros). Só que, quando ele vira o volante hoje, as rodas do carro só vão virar efetivamente daqui a 6 ou 9 meses.”
É exatamente assim que funciona a política monetária. O efeito dos juros na economia tem um “delay”. Por isso, o Banco Central precisa olhar para as expectativas futuras de inflação, e não apenas para a inflação de hoje. Se as expectativas estão caindo em direção à meta, ele pode começar a cortar os juros. E é isso que estamos vendo agora: as expectativas estão ancorando, o que permite sonhar com juros menores.
O Fator Crítico: Eleições de 2026 e o Cenário Fiscal
O que vai determinar se a Selic cai pouco (para uns 12,5%) ou se cai muito, é a situação fiscal do Brasil — ou seja, como o governo lida com a dívida pública. E aqui entra o ponto chave para 2026: as eleições. Muitas pessoas temem que 2026 seja turbulento e negativo como foi o período eleitoral de 2022, mas eu vejo um cenário completamente diferente, e a lógica está na inversão das expectativas fiscais.
Preparei uma tabela para você visualizar claramente por que o cenário de 2026 pode ser surpreendentemente positivo para o corte da taxa Selic e para os ativos de risco, ao contrário do senso comum:
| Ano Eleitoral | Regra Fiscal Vigente | Expectativa do Mercado |
|---|---|---|
| 2022 | Rígida (Teto de Gastos) | Risco de piorar (ir para uma regra mais frouxa). |
| 2026 | Frouxa (Atual Arcabouço) | Possibilidade de melhorar (ir para uma regra mais rígida). |
Em 2022, tínhamos uma regra rígida e o medo era a mudança para algo pior. Aconteceu: fomos para uma regra mais frouxa. Em 2026, partimos de uma regra frouxa (onde a dívida não se estabiliza). Qualquer mudança de governo ou postura tende a buscar uma regra mais rígida. O mercado adora a possibilidade de melhora. Por isso, acredito que o primeiro semestre do ano eleitoral pode ser muito positivo para ativos de risco.
O Ruído Político e as Oportunidades
Recentemente, vimos o mercado reagir mal ao anúncio de candidaturas, como a de Flávio Bolsonaro, não necessariamente por desgosto pessoal, mas porque o mercado calcula probabilidades matemáticas de vitória contra a situação atual. Esses ruídos vão acontecer o tempo todo até abril de 2026. Se você quiser se aprofundar mais sobre como os juros interagem com o cenário macroeconômico, entenda a relação entre CDI e Selic em nosso artigo detalhado.
Não deixe que esses ruídos façam você vender seus ativos. Pelo contrário: investidores inteligentes usam a incerteza para comprar barato. Eu estou aproveitando esse momento para comprar ações, Fundos Imobiliários e títulos do Tesouro (como o Renda+ e IPCA+) com taxas lá em cima.
Conclusão: A Hora de Agir é Agora
Você não consegue comprar ações baratas ou travar taxas de IPCA + 7,5% quando o céu está azul e o noticiário está tranquilo. Essas oportunidades só existem no meio do caos e da incerteza. Se você esperar a confirmação do corte da taxa Selic e a estabilidade política, os preços já terão subido e a oportunidade terá passado.
Para mim, o importante não é se a Selic cai em janeiro ou março, mas sim estar posicionado nos melhores ativos antes que a manada perceba a inversão do ciclo. O Brasil não vai quebrar nos próximos anos, e quem tiver estômago para suportar a volatilidade agora, colherá os frutos lá na frente.