Quando pensamos em renda fixa americana, os bonds costumam ser protagonistas desse mercado, mas esse universo vai além: também existem os Certificados de Depósito, ou CDs, que ampliam as opções de investimento disponíveis.

Neste quarto episódio da série sobre o mercado de renda fixa nos Estados Unidos, vamos explorar as diferenças entre esses ativos, para que você tome decisões de investimento cada vez mais embasadas.

Eu sou o Lucas Motta, analista de Treinamento e Conteúdo na Avenue, e é um prazer receber você aqui no nosso canal.

Vamos recapitular alguns pontos: bonds são títulos de dívida emitidos por governos ou empresas privadas para financiar projetos, atividades ou até mesmo para refinanciar outras dívidas.

Vou citar aqui os seis tipos mais comuns de bonds.

O primeiro é o Callable ou Redeemable Bond, título que o emissor pode resgatar antecipadamente, pagando o valor total ao investidor — uma alternativa interessante quando as taxas de juros caem.

Temos também o Putable Bond, que oferece ao investidor a possibilidade de vender o título de volta ao emissor antes do vencimento, proporcionando maior flexibilidade à sua carteira.

Um terceiro tipo é o Perpetual Bond que, como o próprio nome indica, não possui data de vencimento e garante o pagamento de juros de maneira indefinida, sem a devolução do valor principal ao investidor.

Os chamados CoCo Bonds, ou Contingent Convertible Bonds, são títulos híbridos, tradicionalmente emitidos por bancos, que podem ser convertidos em ações ou até mesmo cancelados caso o capital da instituição fique abaixo de determinado nível.
Falaremos mais sobre eles no último vídeo dessa trilha.

Já os Baby Bonds são títulos de renda fixa com valor nominal mais baixo, pensados especialmente para o pequeno investidor que deseja iniciar no mercado de investimentos sem precisar aportar grandes quantias. Por serem emitidos em pequenas denominações, normalmente abaixo de mil dólares, eles tornam o acesso aos investimentos de renda fixa mais democrático, permitindo que mais pessoas possam investir

E, por fim, temos os Zero-Coupon Bonds, que não pagam juros periódicos e são vendidos com desconto, sendo que o investidor recebe o valor nominal cheio apenas na data do vencimento.

Bom, além dos bonds, o universo da renda fixa americana também conta com os Certificates of Deposit, ou CDs, que podem ser comparados aos CDBs negociados aqui no mercado brasileiro.

De modo geral, tanto os CDs americanos quanto os CDBs no Brasil só podem ser emitidos por instituições financeiras. Eles funcionam como uma espécie de “empréstimo” que a instituição capta junto aos investidores, que, em troca, são remunerados com taxas prefixadas estabelecidas já no momento da aplicação.

Agora, talvez você esteja se perguntando: se os CDs são remunerados com taxas prefixadas assim como os bonds, qual seria, afinal, a diferença entre eles?

A principal diferença está na liquidez: os CDs não permitem venda antecipada, ao contrário dos bonds. Por isso, quem investe em CDs geralmente recebe taxas mais elevadas, compensando essa liquidez limitada.

E tem mais… como os CDs não são negociados no mercado, eles acabam sendo menos voláteis do que os bonds, já que o seu valor não fica mudando ao longo do tempo.

Além disso, os prazos de vencimento dos CDs são bem variados, podendo ir de 30 dias a cinco anos ou mais. E normalmente, quanto maior o prazo, maior tende a ser a remuneração oferecida ao investidor.

E assim encerramos mais um episódio da nossa série sobre o mercado de renda fixa americano. Antes de me despedir, já deixo um spoiler: no próximo vídeo, vamos falar sobre marcação a mercado — ou seja, como funciona a atualização diária dos preços dos seus ativos.

E para fechar, comente aqui nos comentários se você já investe em alguns desses ativos mencionados ou tem vontade de investir.

Te espero no próximo vídeo!

Formado em Administração de Empresas pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Possui a certificação CPA-20 da ANBIMA.