O COPOM acabou de manter a Selic em 15% pela quarta vez seguida. Já estamos convivendo com essa taxa desde junho de 2025, o que representa seis meses com o maior patamar de juros dos últimos 20 anos. No entanto, tudo indica que nós estamos extremamente próximos do começo de um ciclo de cortes. E é aqui que mora a grande oportunidade: os próximos 90 dias, período em que esse ciclo deve começar, podem te deixar em uma posição financeira muito vantajosa. Hoje, vou te explicar o porquê dessa iminente queda da Selic e, mais importante, como você deve posicionar sua carteira para aproveitar esse movimento.
Talvez você pense que isso é apenas uma promessa vazia, mas peço que fique comigo até o final. Vou apresentar dados concretos e simulações históricas que mostram exatamente o que acontece com o mercado quando os juros começam a cair. Como o tempo é o ativo mais escasso do mundo, serei direto ao apresentar os quatro indicadores econômicos que estão “gritando” que a taxa de juros vai cair e o estudo exclusivo que fizemos sobre onde investir para surfar essa onda.
Os 4 Indicadores da Queda da Selic
Para entender por que o mercado financeiro está convicto de que o ciclo de cortes vai começar, precisamos olhar para os dados. Não se trata de “achismo”, mas de uma leitura técnica do cenário atual, que envolve desde a inflação doméstica até o comportamento de bancos centrais ao redor do mundo.
1. Desaceleração do IPCA
O primeiro sinal claro é a inflação. O principal objetivo do Banco Central é levar o IPCA para a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que para este ano é de 3%, com uma tolerância de até 4,5%. Felizmente, nossa inflação começou a desacelerar de forma consistente. O mercado, através do Boletim Focus — que compila as expectativas de bancos e corretoras —, já projeta uma inflação convergindo para a meta nos anos de 2026, 2027 e 2028. Com a inflação sob controle, abre-se o espaço necessário para o Banco Central iniciar a queda da Selic.
2. Apostas no Mercado de Opções (COPOM)
O segundo indicador vem do próprio “bolso” dos investidores. Existe um mercado de opções onde se aposta nas decisões do COPOM. Hoje, essas apostas nos mostram probabilidades claras para as próximas reuniões. Para a reunião de janeiro, ainda há uma divisão entre manutenção e corte, mas para a reunião de março, a probabilidade de queda aumenta significativamente. Isso significa que, se a Selic não cair em janeiro, o mercado praticamente garante que o ciclo se inicia em março.
3. Cenário Internacional e Juros Reais
Ao olharmos para fora, vemos uma discrepância. Países como Estados Unidos, Peru, Chile, México e Colômbia já iniciaram seus cortes de juros. O Brasil permanece como o único desse grupo que ainda não começou a cortar, o que nos deixa com o segundo maior juro real do mundo, atrás apenas da Turquia e à frente até da Rússia, que está em guerra. Essa diferença gritante pressiona nosso Banco Central a ajustar a taxa para níveis mais condizentes com a realidade global.
4. Atividade Econômica (IBC-BR)
Por fim, temos o nível de atividade econômica. Juros altos (Selic a 15%) encarecem o crédito e desestimulam o consumo, esfriando a economia. O indicador IBC-BR mostra que a atividade econômica brasileira está estagnada, próxima de crescimento zero ou até negativo, algo que só vimos em crises graves como a de 2008, 2015 e na pandemia. Uma economia parada ajuda a ceder a inflação, o que, ironicamente, é o sinal verde final para a queda da Selic destravar o país.
Onde Investir Durante o Ciclo de Cortes?
Agora que você entendeu que o corte é uma questão de tempo, a pergunta de um milhão de reais é: onde colocar o seu dinheiro? Existe um ditado no mercado que diz que “o passado não se repete, mas ele rima”. Para responder a isso, eu e meu time realizamos um estudo profundo, simulando o comportamento de diversos ativos desde 2012, considerando apenas os períodos de corte de juros.
O resultado é surpreendente para quem está acostumado apenas com a Renda Fixa tradicional. Veja abaixo quanto teria se tornado um investimento de R$ 100,00 em cada classe de ativo, considerando apenas os momentos em que a Selic estava caindo:
| Classe de Ativo | Resultado (Investindo R$ 100) |
|---|---|
| Fundos Imobiliários (IFIX) | R$ 195,00 |
| Ações de Dividendos (IDIV) | R$ 187,00 |
| Tesouro IPCA (NTN-B) | R$ 176,00 |
| Ibovespa | R$ 145,00 |
| CDI (Renda Fixa Pós) | R$ 143,00 |
Os dados mostram que os grandes vencedores nos ciclos de queda da Selic foram os Fundos Imobiliários, seguidos pelas Ações de Dividendos e pelo Tesouro IPCA. O CDI, que hoje paga bem com a taxa a 15%, tende a ter uma performance inferior quando os juros caem, rendendo praticamente o mesmo que o Ibovespa nesse recorte específico.
A Estratégia dos Próximos 90 Dias
Se você tem todo o seu patrimônio atrelado ao CDI (pós-fixado), este é o momento crucial para diversificar. A estratégia inteligente envolve migrar, aos poucos, parte do capital para ativos que se beneficiam do fechamento da curva de juros, como os Fundos Imobiliários e títulos atrelados à inflação. É fundamental entender a dinâmica entre taxa de juros e rentabilidade; se você tem dúvidas sobre como esses indexadores funcionam, recomendo que leia nosso artigo completo sobre CDI e Selic para dominar os conceitos básicos.
Cuidado com o Comportamento de Manada
Quero deixar um alerta final muito importante. Quando fiz a mesma simulação considerando o período total (e não apenas os cortes), os resultados mudaram drasticamente, com o Tesouro IPCA liderando. O que isso nos ensina? Que o mercado é cíclico. Daqui a alguns meses, quando a Selic estiver caindo, o CDI deixará de pagar 1% ao mês e os investidores correrão desesperados para a Bolsa e FIIs.
Se você esperar isso acontecer para se mexer, você será a “manada” comprando na alta. O segredo para enriquecer nesse ciclo é se posicionar antes, enquanto os juros ainda estão altos e os preços dos ativos de risco ainda estão atrativos. Se posicionar agora, nos próximos 90 dias, é o que fará a diferença no seu resultado futuro.