Queridinha dos brasileiros, a renda fixa é uma das modalidades mais seguras de investimento para quem busca a proteção do seu patrimônio. Mas você sabia que também é possível investir em renda fixa, em dólar?

Neste vídeo falarei sobre as principais características desta classe de ativo e as diferenças nos mercados do Brasil e dos Estados Unidos.

Sou o Tomás Roque, Analista de Treinamento e Conteúdo na Avenue, e este é o primeiro episódio da nossa série sobre o Mercado de Renda Fixa no Exterior.

O princípio da renda fixa é o mesmo tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos: é um tipo de investimento em que as regras são previamente estabelecidas, com taxas de rendimento pagas em prazos predeterminados, aumentando a previsibilidade do ativo.

E um dos tipos mais comuns de ativos dentro da classe de renda fixa é o título de dívida.

Títulos de dívida nada mais são do que uma forma de empresas e governos levantarem recursos no mercado com a criação de uma dívida.

Basicamente, as empresas ou governos emitem esses títulos no mercado, enquanto os investidores atuam como credores, recebendo o pagamento de juros e a devolução do valor “emprestado” em uma data futura, previamente definida.

Geralmente esse empréstimo obtido no mercado é usado pelos emissores para o financiamento de projetos, atividades ou até refinanciamento de outras dívidas.

Agora vamos às principais diferenças no mercado de renda fixa de cada país.

No Brasil estamos acostumados a títulos indexados, que são títulos com rendimentos ligados a uma determinada variável econômica, como o CDI, a Selic ou o IPCA.

Já nos Estados Unidos, a maioria dos títulos é pré-fixada, ou seja, conta com uma taxa de juros predefinida, de modo que o investidor já sabe antecipadamente o valor que irá receber, sendo possível calcular o seu rendimento no futuro antes mesmo de fazer qualquer aporte.

Cabe aqui um rápido adendo: título de renda fixa no exterior é chamado de BOND, que aliás é um ótimo nome porque deixa bem clara essa OBRIGAÇÃO entre as respectivas partes, emissor e investidor, com o vínculo encerrando-se após o seu vencimento final.

Agora focando no mercado americano, cada bond tem um valor de face unitário que não muda.

Então, se o valor do título é de mil dólares, no seu vencimento ele estará valendo os mesmos mil dólares, independentemente se você pagou mais ou menos no mercado secundário.

Outro ponto é que os bonds com vencimento igual ou superior a um ano costumam pagar os juros, também chamados de cupons, de forma semestral.

Então se um bond paga um cupom de seis por cento ao ano, você receberá três por cento em cada semestre, em janeiro e julho por exemplo, com os juros calculados em cima do valor de face original.

Para ficar mais claro, se o preço unitário, o PU, do bond é de mil dólares, com o pagamento de cupons de seis por cento ao ano, o título pagará trinta dólares por semestre.

Logo, se tivermos dez bonds com essas condições em nossa carteira, receberemos trezentos dólares por semestre.

Mais um adendo: a Juliana Benvenuto, coordenadora de Treinamento e Conteúdo aqui na Avenue, gravou uma aula completa sobre o universo dos bonds americanos. Vale a pena clicar no link da descrição.

Agora aquela clássica pergunta: como escolher o bond adequado para a sua carteira?

De cara, você tem que prestar atenção em três pontos cruciais:

⦁ Em primeiro lugar: quem é o emissor do título?

⦁ Em segundo lugar: qual é a sua data de vencimento?

⦁ E por fim: qual é a rentabilidade acordada?

Saiba que esta ordem não foi escolhida ao acaso.

Temos o hábito de sair correndo atrás do título que rende mais, só que se ele não estiver completamente alinhado com os nossos objetivos, ele pode virar uma grande dor de cabeça…

Por exemplo, se você tem um objetivo para daqui dois anos e adquire um bond com uma ótima rentabilidade e vencimento para daqui dez anos, seu resgate estará sujeito à marcação de mercado, que pode estar tanto acima quanto abaixo do valor originalmente investido.

Voltando às diferenças entre o mercado de renda fixa nos Estados Unidos e no Brasil, é importante também falarmos sobre o seu tamanho e representatividade global.

Em 2022, do total de cento e trinta e três trilhões de dólares em títulos de dívida emitidos em todo o mundo, quase quarenta por cento estavam sob custódia de bonds americanos, algo em torno de cinquenta e um trilhões de dólares.

Já no Brasil, o volume de títulos de renda fixa chegou à marca a dois vírgula quatro trilhões de dólares no mesmo ano.

Perceba que empresas do mundo todo emitem dívidas em dólares, incluindo centenas de empresas brasileiras, visto que o mercado internacional dispõe de maior escala, duração e liquidez, sem falar da segurança que a moeda mais forte do mundo oferece.

E chegamos ao final do primeiro episódio da nossa série sobre o Mercado de Renda Fixa no Exterior, então não esqueça de ativar as notificações do nosso canal para ser avisado sobre os próximos conteúdos!

Mas antes de ir, quero deixar uma provocação para você responder aqui nos comentários:

Qual é o espaço que a renda fixa ocupa na sua carteira?

Até o próximo vídeo!

 

Referências:
Ranked: The Largest Bond Markets in the World (visualcapitalist.com)
The Bond Market and Debt Securities: An Overview (investopedia.com)

Disclaimers:

A situação de cada investidor é única e você deve considerar seus objetivos de investimento, tolerância ao risco e horizonte de tempo antes de fazer qualquer investimento. Investir envolve risco e você pode incorrer em um lucro ou perda, independentemente da estratégia selecionada. O conteúdo acima não é uma recomendação para comprar ou vender qualquer ativo individual ou qualquer combinação de ativos.

Qualquer informação não é um resumo completo ou declaração de todos os dados disponíveis necessários para tomar uma decisão de investimento e não constitui uma recomendação. Os investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os investidores.

Todo tipo de investimento, incluindo fundos, envolve risco. Risco refere-se à possibilidade de que você perderá dinheiro (tanto principal quanto qualquer ganho) ou não consiga ganhar dinheiro com um investimento. A mudança das condições do mercado pode criar flutuações no valor de um investimento em fundos. Além disso, existem taxas e despesas associadas ao investimento em fundos que geralmente não ocorrem na compra de ativos individuais diretamente
 
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Formado em Economia pela UNESP com distinção e extensão em Business na Tampere University - Finlândia. Possui as certificações CGA, CGE e Series 99.