mar, 2025 Imposto de Renda

Como declarar PGBL no Imposto de Renda e qual a tributação?

Thiago Koguchi

Tem um plano de Previdência Privada no seu portfólio? Então, preste atenção: declarar o PGBL no Imposto de Renda não segue o mesmo caminho de uma declaração para VGBL. Se você não tem certeza sobre como deve proceder para se manter em dia com a Receita Federal, a gente te ajuda!

Siga na leitura para descobrir:

  • PGBL é isento de Imposto de Renda?;
  • Como é a tributação do PGBL;
  • Como declarar PGBL na Declaração de Imposto de Renda.

Vamos começar?

PGBL é isento de Imposto de Renda?

Não, o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) não é isento de Imposto de Renda, mas possui uma espécie de benefício exclusivo: a possibilidade de o investidor economizar no imposto de renda. Em termos mais simples, isso significa que as contribuições podem ser deduzidas da base de cálculo do IR até o limite de 12% de todas as suas rendas brutas anuais tributáveis, o que reduz o imposto a pagar no ano da contribuição.

Importante: aqui, vale lembrar que, no momento do resgate ou recebimento da renda, o imposto é cobrado sobre todo o valor acumulado (capital investido + rendimentos), conforme a tabela progressiva ou regressiva do IR.

Como é a tributação do PGBL?

No PGBL, os impostos incidem sobre todo o montante investido (capital + rendimentos). Por outro lado, há a possibilidade de dedução de 12% da sua renda bruta anual quando for entregar a declaração do IR.

Os demais detalhes da tributação para quem tem um plano de previdência privada no modelo PGBL vai depender de qual foi o regime escolhido: o regime progressivo e o regressivo. Vem com a gente entender melhor a diferença entre cada um.

Tabela progressiva

Aqui, a alíquota aumenta conforme o tamanho do resgate feito pelo titular do plano. Quanto maior o valor, maior será o imposto pago. Observe a tabela progressiva da previdência privada:

Resgate (por mês) Alíquota
Até R$ 1.903,98 Isento
De R$ 1.903,99 a R$ 2.826,65 7,5%
De R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05 15%
De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68 22,5%
Acima de R$ 4.664,68 27,5%

Atenção: na tabela progressiva, 15% do valor total da previdência é retido na fonte durante o resgate. 

Se algum valor for pago desnecessariamente, o contribuinte pode ser compensado na declaração do IR. Se o valor total das rendas exceder a alíquota de 15%, a diferença deverá ser paga na declaração. Essa opção é, em geral, mais vantajosa para investimentos de curto prazo (até 6 anos) ou resgates menores com alíquotas menores.

Tabela regressiva

Já na tabela regressiva da previdência dos planos PGBL, o imposto diminui com o tempo. Olha só:

Tempo de investimento Alíquota
Até 2 anos 35%
2 a 4 anos 30%
4 a 6 anos 25%
6 a 8 anos 20%
8 a 10 anos 15%
Acima de 10 anos 10%

Em resumo, se trata de uma alternativa mais atrativa para quem tem planos de manter a aplicação por mais tempo.

Como declarar PGBL na Declaração de Imposto de Renda?

Se você fez aportes em um plano PGBL no ano-base da declaração, o passo a passo para prestar contas à Receita Federal é o seguinte:

  1. Escolha a opção “Pagamentos Efetuados” (a mesma na qual se registram gastos com saúde e educação);
  2. Selecione o código “36 – Previdência Complementar (inclusive Fapi)”;
  3. Informe se o pagamento foi feito no nome do titular do plano, ou no nome de um dependente;
  4. Digite o CNPJ da instituição de previdência complementar ou seguradora;
  5. Informe o valor pago (some apenas as contribuições realizadas no ano-base da declaração.

Atenção: no PGBL, você não precisa informar o saldo do plano. Caso não tenha feito nenhum resgate, não precisa declarar mais nada. Ainda, se não tiver feito nenhuma contribuição no plano ao longo do ano-base, não é necessário declarar seu PGBL.

Como declarar resgates de PGBL no Imposto de Renda?

A forma como você deve declarar seus resgates em planos PGBL depende de qual o regime tributário escolhido, se foi progressivo ou regressivo. 

Abaixo, mostramos a diferença entre cada um.

Na tabela progressiva

Se seus resgates foram feitos a partir da tabela progressiva, o passo a passo para declará-los é este:

  1. Selecione a ficha “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoas Jurídicas”;
  2. Informe o CNPJ e o nome da fonte pagadora;
  3. Informe os rendimentos recebidos.

Na tabela regressiva

Já para a tabela regressiva, o passo a passo para declaração de rendimentos é o seguinte:

  1. Selecione a ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”;
  2. Escolha o código “12 – Outros”;
  3. Indique se você é o titular ou o nome do dependente;
  4. Informe o CNPJ e nome da fonte pagadora;
  5. Em “Descrição”, digite “previdência complementar PGBL”;
  6. Informe o valor líquido recebido.

Como declarar PGBL pago pela empresa

Se você conta com um plano PGBL de previdência fechada, ou seja, aquela paga pela empresa, a declaração segue esse passo a passo:

  1. Selecione a ficha “Pagamentos Efetuados”;
  2. Clique em “Novo”;
  3. Escolha o código “36 – Previdência Complementar (inclusive FAPI)”;
  4. Informe se o plano é seu ou está em nome de um dependente;
  5. Preencha o nome e o CNPJ da fonte pagadora;
  6. Em “Descrição”, insira detalhes sobre o plano;
  7. Em “Valor”, insira somente a quantia aportada por você, independentemente de você ter gerado um boleto ou ter tido o valor descontado da folha de pagamento.

Como declarar PGBL de dependente

Para declarar o PGBL de um dependente no Imposto de Renda, o responsável financeiro deve usar o modelo completo da declaração e incluir o menor como dependente. Além disso, é necessário contribuir com o INSS ou um regime próprio de previdência.

Na prática, o passo a passo é esse:

  1. Escolha a opção “Pagamentos Efetuados” (a mesma na qual se registram gastos com saúde e educação);
  2. Selecione o código “36 – Previdência Complementar (inclusive Fapi)”;
  3. Especifique que os pagamentos foram feitos em nome do dependente em questão;
  4. Digite o CNPJ da instituição de previdência complementar ou seguradora;
  5. Informe o valor pago (some apenas as contribuições realizadas no ano-base da declaração.

Atenção: as contribuições ao PGBL do dependente podem ser abatidas da renda bruta tributável, desde que respeitem o limite de 12% da renda anual. No entanto, se esse teto já tiver sido atingido com outros planos, o ideal é investir no VGBL, já que ele não oferece dedução, mas evita a tributação sobre o total acumulado no resgate.

Outro ponto importante: o dependente só pode ser incluído em uma única declaração (do pai ou da mãe, nunca em ambas). Além disso, ao completar 16 anos, o menor deve começar a contribuir para o INSS para que o benefício fiscal continue válido.

Perguntas frequentes sobre como declarar PGBL no Imposto de Renda

Ainda tem dúvidas sobre o PGBL no Imposto de Renda? Então, vem descobrir as respostas para as perguntas mais frequentes sobre o assunto.

Como abater 12% do PGBL?

Para abater 12% do PGBL na base de cálculo do Imposto de Renda, basta investir até esse limite em um plano do tipo PGBL. Por exemplo, se sua renda bruta tributável anual for de R$ 100 mil, você pode investir R$ 12 mil no PGBL. Dessa forma, o imposto não será mais calculado sobre os R$ 100 mil, mas sim sobre R$ 88 mil. Ou seja, a prática reduz o imposto devido e pode até aumentar a restituição.

Lembre-se: o benefício só vale para quem declara o IR no modelo completo e contribui para o INSS ou um regime próprio.

Como funciona a dedução do Imposto de Renda no PGBL?

No PGBL, você pode deduzir até 12% da sua renda bruta tributável anual da base de cálculo do Imposto de Renda. Isso serve para reduzir o valor sobre o qual o imposto é cobrado, diminuindo o imposto devido ou aumentando a restituição. 

No entanto, atenção: essa vantagem só vale para quem declara no modelo completo e contribui para o INSS ou um regime próprio. No resgate, o imposto é cobrado sobre todo o saldo acumulado.

Quem é obrigado a declarar o Imposto de Renda?

Devem obrigatoriamente declarar investimentos aqueles que:

  • Teve rendimentos brutos tributáveis acima de R$ 30.639,90 no ano (ou R$ 153.199,50 para trabalhadores rurais);
  • Teve a posse de bens ou direitos acima do limite anual de R$ 800.000,00;
  • Obteve ganho de capital na alienação de bens ou direitos sujeito ao imposto; 
  • Operou em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, acima do limite anual (R$ 40.000,00) ou com ganhos líquidos sujeitos ao imposto.

Para avaliar todos os detalhes sobre a obrigatoriedade da declaração, você pode acessar a página da Receita Federal

Como informar PGBL na declaração de Imposto de Renda?

Para informar suas contribuições em um plano PGBL no IR, o procedimento é o seguinte:

  1. Escolha a opção “Pagamentos Efetuados” (a mesma na qual se registram gastos com saúde e educação);
  2. Selecione o código “36 – Previdência Complementar (inclusive Fapi)”;
  3. Informe se o pagamento foi feito no nome do titular do plano, ou no nome de um dependente;
  4. Digite o CNPJ da instituição de previdência complementar ou seguradora;
  5. Informe o valor pago (some apenas as contribuições realizadas no ano-base da declaração.

É preciso declarar PGBL em Bens e Direitos?

Não. A ficha “Bens e Direitos” deve ser usada para declarar planos VGBL. Se o seu plano for PGBL, a ficha em questão é a “Pagamentos Efetuados”.

Bacharel em Jornalismo e pós-graduado em Linguagem, Cultura e Mídia pela Unesp. É colaborador da Upside Newsletter e do Investimentos.com.br
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